O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou nesta quinta-feira (25) a demissão do presidente afastado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, em meio a suspeitas de envolvimento em um esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.

Stefanutto já havia sido afastado preventivamente no início de abril após investigações internas apontarem indícios de irregularidades em contratos firmados com empresas terceirizadas, além de denúncias de facilitação de benefícios indevidos mediante pagamento de propina. Segundo fontes ligadas ao Ministério da Previdência, os prejuízos aos cofres públicos podem ultrapassar R$ 200 milhões.

O Palácio do Planalto informou, por meio de nota, que a decisão de Lula segue recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU) e reforça o compromisso do governo com o combate à corrupção e a proteção dos direitos dos segurados da Previdência Social.

"Não há espaço para desvios em instituições que lidam diretamente com os direitos do povo brasileiro. A apuração será rigorosa e quem tiver responsabilidade será punido", disse o ministro da Previdência, Carlos Lupi.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal também participam da apuração do caso, que investiga o envolvimento de servidores e intermediários em um esquema que teria beneficiado milhares de pedidos fraudulentos de aposentadoria, pensão e auxílios previdenciários.

O governo ainda não anunciou o nome do substituto definitivo para o cargo. Enquanto isso, a direção do INSS será conduzida interinamente pela vice-presidente de Gestão de Benefícios, Maria das Graças Barbosa.

As entidades que representam aposentados e pensionistas manifestaram preocupação com a gravidade das denúncias, mas elogiaram a pronta resposta do governo. "É fundamental que o INSS recupere sua credibilidade e que os direitos dos segurados sejam preservados", afirmou João Batista Inocêncio, presidente da Confederação Brasileira de Aposentados.

A expectativa é de que novos desdobramentos ocorram nos próximos dias, com possíveis prisões e novas medidas administrativas.