Cerca de mil trabalhadores da fábrica da General Motors (GM) em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, devem ser afetados pela paralisação planejada pela Chevrolet. A medida, que inclui a suspensão temporária dos contratos de trabalho (lay-off), está prevista para iniciar no dia 22 de abril, com uma duração estimada de 90 dias. Durante esse período, a produção será interrompida e a fábrica deixará de fabricar cerca de 15 mil veículos, entre os modelos Onix e Onix Plus, atualmente produzidos na unidade.
A GM confirmou à Autoesporte que a decisão de suspender temporariamente os contratos tem como objetivo adequar a produção à demanda atual do mercado. “Essa suspensão visa ajustar a produção da fábrica à realidade do mercado, que não tem absorvido a quantidade de veículos que normalmente são fabricados”, declarou a empresa.
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Essa será a segunda paralisação anunciada pela montadora em 2025 para a unidade de Gravataí. Em janeiro, a empresa informou que as linhas de produção seriam interrompidas entre 17 de fevereiro e 17 de março, com a implementação de folgas e férias coletivas. Na ocasião, a GM alegou que a paralisação tinha como finalidade "atualizar e modernizar processos".
Valcir Ascari, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, reconhece o impacto da paralisação, mas enfatiza que os trabalhadores têm experiência com esse tipo de medida. "Faz parte do mercado de trabalho, já tivemos lay-off várias vezes. É claro que ninguém gosta, mas neste momento estamos negociando o que é possível", afirmou Ascari, destacando que os trabalhadores afetados continuarão a receber benefícios como vale-refeição, Programa de Participação nos Resultados (PPR) e o 13º salário.
A paralisação programada para abril ocorre devido a dois fatores principais: as vendas abaixo das expectativas dos modelos fabricados na unidade e a preparação da fábrica para a produção da versão reestilizada do Onix, que será lançada nos próximos meses. A GM já iniciou as negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí para definir os detalhes da suspensão temporária de contratos.
Em nota oficial, a GM explicou que está "em processo de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí para a adoção de um período de suspensão temporária de contratos de trabalho (lay-off), que deverá afetar parcialmente a produção". A empresa reafirmou seu compromisso com os colaboradores e parceiros e declarou que continuará a monitorar o cenário econômico, tomando decisões alinhadas às necessidades do momento, sempre em diálogo com as partes envolvidas.
Com essa medida, a montadora busca se ajustar às flutuações de demanda no mercado e garantir a continuidade das operações no longo prazo, apesar das dificuldades temporárias.
