Durante um ato bolsonarista realizado neste domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL) revelou que vai intensificar a pressão sobre os parlamentares indecisos para garantir a aprovação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. A estratégia, conforme anunciou, inclui a divulgação pública dos nomes e fotos dos deputados que ainda não se posicionaram sobre a proposta.
De acordo com Cavalcante, o movimento busca alcançar as 257 assinaturas necessárias para que o projeto seja pautado na Câmara dos Deputados. Atualmente, 162 parlamentares já expressaram apoio à urgência do Projeto de Lei (PL) da Anistia, mas o objetivo é aumentar esse número nas próximas horas.
Pressão sobre indecisos e apoio governamental
A partir da próxima semana, o deputado promete tornar público a lista com os nomes dos indecisos, buscando pressioná-los a tomar uma decisão favorável ao projeto. "Vamos divulgar quem ainda está em cima do muro. Aí, vamos ver se esses deputados têm coragem de continuar nessa posição", disse Cavalcante. O parlamentar ressaltou que, mesmo que o projeto não seja aprovado de imediato, a pressão continuará até que a anistia seja concretizada.
Para reforçar a mobilização, Cavalcante contou com o apoio de governadores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Tarcísio de Freitas (SP). Com essa base, ele acredita que será possível alcançar as assinaturas necessárias até a quarta-feira (9). “Com a ajuda dos nossos governadores, vamos chegar lá”, afirmou.
Desafios e oposição popular
Apesar do esforço do deputado e seus aliados, uma pesquisa divulgada neste domingo (6) pela Quaest mostra que a maioria da população brasileira é contra a ideia de conceder anistia aos envolvidos nos atos golpistas. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados rejeitam a anistia, enquanto 34% defendem a soltura dos réus. A pesquisa revela também um grande contraste entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os de Jair Bolsonaro (PL), com uma divisão clara de opinião.
Os dados indicam que, embora uma parcela significativa da população se oponha à medida, há aqueles que acreditam que a prisão dos envolvidos nunca deveria ter ocorrido, ou que o tempo de detenção já foi suficiente. Esse panorama reflete as tensões políticas que ainda marcam o cenário brasileiro pós-8 de janeiro.
A anistia continua sendo um tema controverso, com discussões acaloradas sobre o futuro dos réus dos atos golpistas. Cavalcante, no entanto, se mantém firme em sua posição, prometendo não recuar até que a proposta seja aprovada, independentemente da oposição popular ou da divisão política no Congresso.
