PORTO ALEGRE — A freira Inah Canabarro Lucas, reconhecida como a pessoa mais velha do mundo, faleceu nesta quarta-feira (30), aos 116 anos e 326 dias, na capital gaúcha. Natural de São Francisco de Assis, no interior do Rio Grande do Sul, Irmã Inah deixa um legado de fé, serviço e longevidade rara. Com sua morte, o título de decana da humanidade passa à britânica Ethel Caterham, de 115 anos e 252 dias, segundo o site especializado LongeviQuest.
Irmã Inah nasceu em 27 de maio de 1908 e ingressou aos 19 anos na Companhia de Santa Teresa de Jesus, congregação à qual pertenceu por quase um século. A Arquidiocese de Porto Alegre informou que, quando criança, ela era considerada frágil e com poucas chances de sobrevivência pelos médicos. Desafiando os prognósticos, viveu para testemunhar três séculos e atravessar momentos históricos decisivos.
Descendente do general David Canabarro, uma das figuras centrais da Revolução Farroupilha, Irmã Inah também ficou conhecida pelo seu carisma e lucidez até os últimos anos de vida. Em 2018, ao completar 110 anos, recebeu uma bênção apostólica do papa Francisco. À época, ao ser questionada sobre o segredo de sua longevidade, respondeu com simplicidade: “Deus é o segredo da vida. Ele é o segredo de tudo”.
Colorada de coração, a religiosa também recebeu homenagens do Sport Club Internacional, time pelo qual torcia desde os primeiros anos da fundação. “Destinou seus 116 anos de vida à bondade, à fé e ao amor pelo Clube do Povo”, escreveu o clube em uma nota nas redes sociais.
Mesmo vivendo discretamente em um convento em Porto Alegre, Irmã Inah tornou-se símbolo de resistência e espiritualidade. Sua morte marca o fim de uma era e deixa um vazio entre os religiosos, fiéis e admiradores da longevidade humana.
O velório será realizado em cerimônia privada, com a presença das irmãs da congregação e membros da Arquidiocese.