O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará uma visita oficial ao Japão entre os dias 24 e 27 de março de 2025, com o objetivo de negociar a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira, uma demanda histórica do setor agropecuário nacional. Atualmente, o Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, totalizando aproximadamente US$ 4 bilhões anuais. Desse montante, 80% são provenientes dos Estados Unidos e da Austrália, países historicamente aliados do Japão. A entrada do Brasil nesse mercado representaria um avanço significativo para o setor, que já atende a cerca de 160 países e busca essa habilitação há quase duas décadas.
Para viabilizar essa abertura, é necessário que uma missão técnica japonesa realize inspeções sanitárias em frigoríficos brasileiros, etapa ainda pendente e sem data definida. O governo brasileiro espera que a visita de Lula ao Japão resulte em um compromisso político para a realização dessa missão, permitindo o avanço das negociações.
Além das questões sanitárias, fatores geopolíticos podem influenciar o andamento das negociações. A relação estreita entre Japão e Estados Unidos, especialmente diante de recentes ameaças comerciais e tarifárias por parte do presidente Donald Trump, pode representar um desafio adicional para a entrada da carne bovina brasileira no mercado japonês.
Durante sua estadia no Japão, Lula também buscará avançar nas negociações para um acordo comercial entre o país asiático e o Mercosul, visando fortalecer as relações econômicas e ampliar as oportunidades de comércio entre as nações.
Após a visita ao Japão, o presidente seguirá para o Vietnã, onde discutirá um plano de ação para elevar o país ao nível de parceiro estratégico do Brasil, ampliando a cooperação bilateral em diversas áreas.
A indústria brasileira de carne bovina está otimista com as perspectivas dessa viagem e confia nos esforços do presidente para alcançar o sucesso nesse pleito. A abertura do mercado japonês permitiria ao Brasil competir com os principais fornecedores do país asiático e fortalecer ainda mais sua posição como referência global em qualidade e sustentabilidade no setor de carnes.
