O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta-feira, 19 de março de 2025, um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), elevando-a de 13,25% para 14,25% ao ano. Este é o maior nível desde outubro de 2016, período marcado por uma grave crise econômica no país. A decisão, que já era amplamente esperada pelo mercado financeiro, representa a terceira elevação consecutiva de 1 ponto percentual neste ciclo de aperto monetário. O objetivo principal é combater a inflação persistente, que atingiu 5,06% no mês passado, a taxa mais alta em mais de um ano.
Sob a liderança do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a autoridade monetária busca equilibrar o controle inflacionário com as políticas governamentais que visam estimular o consumo. No entanto, a elevação da Selic encarece o crédito, podendo desacelerar investimentos e afetar setores como comércio e indústria.
Especialistas apontam que, embora a medida seja necessária para conter a alta generalizada dos preços, ela também traz desafios para a retomada econômica. Empresários temem que o aumento dos juros comprometa a geração de empregos e o consumo das famílias, fatores essenciais para o crescimento sustentável.
Além disso, a elevação da Selic impacta diretamente os custos de financiamentos habitacionais, crédito para empresas e a dívida pública, aumentando as despesas com juros e pressionando o orçamento governamental. Por outro lado, investidores podem encontrar um ambiente mais atrativo para aplicações em renda fixa, devido aos rendimentos mais elevados.
O Copom já sinalizou que novos ajustes podem ocorrer nas próximas reuniões, dependendo do comportamento da inflação e do cenário econômico internacional. O mercado acompanhará atentamente os desdobramentos da política monetária e seus efeitos sobre a economia brasileira nos próximos meses.